O iceberg, poema de Giacomo Leone

De em janeiro 30, 2012

Janeiro está terminando, mas ainda é hora de retomada de atividades. Os colaboradores estão de volta: tenho a grata satisfação de contar mais uma vez aqui no Favo com participação do poeta e professor de língua portuguesa Giacomo Leone. Desta vez ele nos brinda com um poema que retrata a extrema dor daquele que foi abandonado pela amada, a “bela mas perversa de pele clara e cabelos negros como uma noite sem luar”.
Giacomo, obrigado por confiar no blog como veículo propagador de sua arte. Volte sempre!

 

 

O iceberg

Coração?
Eu não tenho coração.
Aquela, de pele clara e cabelos negros como uma noite sem luar,
Bela, maravilhosa,
Mas perversa,
Vil, má,
Com suas unhas
Longas e pontiagudas,
Enfiou sua mão ressequida
No centro do meu peito
E arrancou,
Sem ficar constrangida,
Sem dó nem piedade,
Arrancou
O meu coração.
Colocando em seu lugar
Um bloco.
Um bloco de gelo.
Que,
Pouco a pouco,
Vai…
Vai se derretendo…
Minguando…
Sofrendo…
Se intoxicando…
Morrendo.

Giacomo Leone

Fotos: imagens Google

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