Filme: Mãe só há uma, foto 1

Mãe só há uma: novo filme de Anna Muylaert mostra drama de adolescente

De em julho 25, 2016

Filme: Mãe só há uma, foto 1

Naomi Nero interpreta Pierre que foi roubado na maternidade e só aos 17 anos conhece os pais biológicos

Depois do sucesso internacional de Que horas ela volta?, a diretora Anna Muylaert retorna ao tema da adolescência e da dificuldade que o jovem tem de se adaptar à sociedade. Desta vez em Mãe só há uma, a trama foi inspirada no caso verídico do garoto Pedrinho, que na década de 1980 foi roubado da maternidade e só na adolescência veio a saber que tinha duas famílias, a biológica e a que o criou até então.
O filme começa apresentando Pierre (Naomi Nero), um típico adolescente de 17 anos dos dias de hoje, que está descobrindo sua sexualidade: numa balada conhece uma menina e eles vão transar no banheiro e o espectador vê que ele usa fio dental;  na sequência, Pierre está em sala de aula. Depois em outra balada beija duas garotas; ele também participa de uma banda e num dos ensaios, ao final, ele e o vocalista dão um caloroso beijo na boca. Pierre também adora fazer selfies maquiado e de usar vestidos.
Inserido no universo do garoto, o espectador é surpreendido, assim como o personagem: Aracy (Dani Nefussi) numa noite chega atrasada para fazer o jantar para Pierre e a irmã; no dia seguinte eles vão à delegacia e a verdade é revelada, ela não é mãe biológica dele. A partir daí, a vida de Pierre (Felipe como os pais biológicos o chamam) dá uma profunda reviravolta e ele precisa aprender a lidar com mais esta novidade.

Filme: Mãe só há uma, foto 2

Dani Nefussi e Matheus Nachtergaele vivem os pais do garoto

A aproximação de Pierre/Felipe com os pais biológicos, interpretados por Matheus Nachtergaele e Dani Nefussi (a atriz vive as duas mães do garoto), é intermediada pelas autoridades; no entanto Aracy é presa e vai responder pelo roubo dos dois filhos, que passam a morar com suas famílias biológicas.

A partir deste momento, a história é cada vez mais contada sob o olhar daquele adolescente envolvido em tanta transformação. Mudar de casa e de condição social (mais elevada), ganhar nova família, ser obrigado a frequentar outros ambientes e, principalmente, ter de se relacionar afetivamente com pessoas que até então desconhecia, tudo isto é angustiante para Pierre. No começo ele age passivamente, na tentativa de compreender tudo o que se passa a seu redor, mas como se sente pressionado pelos novos pais, a revolta é inevitável. E até aguardada pelo espectador.

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A diretora Anna Muylaert também assina o roteiro do filme

De forma concisa (são 82 minutos de projeção), Anna Muylaert, que também assina o roteiro, conta muito bem a história e não propõe soluções, deixando em aberto para que o público reflita e chegue às suas conclusões. Destaque para a interpretação de Naomi Nero, que com poucas palavras, mas sábios silêncios, dá a dimensão exata daquele adolescente em crise. A atuação de Matheus Nachtergaele e Dani Nefussi também merece ser ressaltada: ela por apresentar duas personagens antagônicas e Matheus, no clímax da cena com o garoto, revela a complexidade da situação do filme. Imperdível!

 

 

Fotos: divulgação


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