Paraísos Artificiais: um retrato do universo das raves eletrônicas

De em maio 17, 2012

Nathalia Dill é a DJ Érika que conquista fama internacional

Se os grandes festivais de música jovem nos anos 60 e 70 poderiam ser definidos como sexo, droga e rock’n roll, as baladas ou raves de hoje em dia não são muito diferentes. O sexo continua intenso, só que com mais diversidade; as drogas continuam à solta e bem variadas e o som fica a cargo dos DJs com a profusão da música eletrônica. O que pesa neste universo e difere de outras épocas é mesmo o tráfico internacional de drogas. Com este argumento que o diretor Marcos Prado faz com Paraísos Artificiais uma viagem a este universo, tendo como pano de fundo um festival de arte e cultura alternativa numa paradisíaca praia nordestina.

Érika estreia como DJ no festival, com total apoio de Lara (Lívia de Bueno)

Confesso que entrei na sala de exibição esperando um enredo pesado, dark e violento sobre o mundo dos jovens contemporâneos em suas baladas. No entanto, fui surpreendido principalmente pela maneira como o diretor, que assina o roteiro em parceria com Cristiano Gualda e Pablo Padilla, conta a história romântica entre a DJ Érika (Nathalia Dill), sua amiga Lara (Lívia de Bueno) e o garotão Nando (Luca Bianchi). A trama se desenvolve em três momentos da vida dos personagens, que são mostrados de forma intercalada, o que faz com que o espectador se envolva desde a primeira tomada do filme. Há o encontro dos três no festival Shangri-La, no Nordeste brasileiro; o clima é de festa com alto consumo de drogas e Érika faz sua estreia como DJ para uma plateia imensa. Os três jovens se conhecem e a cena de sexo entre eles é contagiante. No segundo momento, em Amsterdã, na Holanda — onde a circulação das drogas não sofre tanta repressão policial — Érika já toca profissionalmente e Nando está envolvido com tráfico internacional de drogas. Por último, há o reencontro dos personagens, cinco anos depois, em que ela já é uma DJ de fama internacional e Nando vive um recomeço de sua vida. Mas nada é contado dentro da linha do tempo: há um vai e vem na história que exige atenção do público.

Luca Bianchi interpreta Nando, apaixonado por Érika

Além da forma eletrizante e envolvente do roteiro, Paraísos Artificiais cativa pela fotografia e plasticidade, além da excelente interpretação dos atores (com exceção de Nathalia Dill conhecida por seus trabalhos em TV, a maioria dos atores são novos porém experientes e talentosos).
Belo retrato — sem retoques ou uso de photoshop — das raves eletrônicas.

Fotos: divulgação


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