Como jornalista — tendo atuado em rádio, TV, jornal, revistas e assessoria de imprensa —, a palavra sempre foi minha matéria prima.
No entanto, desde 2000 venho cultivando o plano B, ou seja, mantenho no meu velho PC um arquivo com meus escritos, que na verdade já era um pré-blog. Lá, deixo fluir a imaginação para que a linguagem inclusive ganhe novos contornos.Continue lendo aqui...
Geralmente a tradução dos títulos de filmes no Brasil é terrível. Mas dessa vez a livre tradução de Watercolors retrata muito bem a essência de filme. Com sensibilidade e delicadeza David Oliveras, em Aquarela — As Cores de Uma Paixão, mostra a aproximação e o amor que nasce entre dois adolescentes, Danny o “nerd” e desenhista e o atleta Carter. Se num primeiro momento o público logo identifica o pintor como sendo o frágil e seu oponente, o exímio nadador, como o personagem forte e viril, essas qualidades são na verdade o inverso.
Danny, mesmo com seus 14 ou 15 anos, é convicto de sua sexualidade e logo que percebe que está apaixonado pelo amigo, não vacila e expõe seu sentimento ao amado. Já Carter, um ano mais velho que outro e fazendo aulas de recuperação em literatura na mesma sala que Danny, é no fundo o mais frágil deles. Seu porte atlético e viril de nadador esconde um garoto inseguro e problemático em função de uma mãe ausente e um pai insensível e indiferente.
A narrativa não é linear: a primeira cena é a abertura da primeira exposição de Danny já adulto, que diante de uma de suas telas em que a inspiração foi o amigo de infância, faz uma viagem ao passado. A história volta para quando eles eram adolescentes e o amor entre eles nasceu.
O conflito do pintor/adulto vem à tona por intermédio do namorado atual. Ao invés de estar alegre e feliz por ter conseguido a sua primeira mostra, Danny está preso às lembranças do passado, ao primeiro amor que ficou atrelado à morte. O namorado o chama para a realidade, não por egoísmo ou ciúme, mas para que Danny se volte para o presente, para a vida, para o amor que eles hoje vivem!
É exatamente essa questão levantada pelo filme que me pegou. Libertar-se do passado, de perdas profundas, da ligação amor e morte. Minha identificação com o pintor adulto foi imediata; se não tenho talento para as artes plásticas, a palavra é minha expressão estética.
Escrever é também colocar meus fantasmas para fora. Quero estar receptivo ao amor, ao novo, ao novo de mim mesmo. Liberto de um passado, aberto para a vida!
Eu sou o compositor da trilha sonora deste filme. Foi muito legal trabalhar com o diretor David Oliveras.
Este filme é um filme muito bom eu sugiro para qualquer um ir assistir. O filme fez um grande sucesso aqui nso Estadps Unidos e venceu vaios festivais inclusive em Los Angeles.
Vale a pena./
Marcelo:
Que bom q vc passou pelo meu blog. O filme é muito bom mesmo,
fiquei muito emocionado! Reforço a dica: assistam a esse belo filme!
abr e obrigado.
Quando li a sinópse no jornal ou na Vejinha, não me lembro, não me interessei. O resenhista colocava o tema do filme na disputa superficial do bem dotado fisicamente com do ‘nerd’. Mas o seu comentário me entusiasmou em vê-lo. Você se aprofunda na relação dos dois e o que isso significou para ambos, que, acredito, deve ser o mote principal do filme. Significou e significa para Danny, que pinta o presente com as cores do passado.
Vira e mexe o passado aporta na minha mente, lembranças fugídias, pinceladas desbotadas. Lembro desses fatos com muita satisfação, mas sem nostalgia. Eles nunca me interromperam de prosseguir. Como disse para um amigo meu, gosto de encarar o presente com a luz amena da saudade, mas sem deixar de recriá-la com o forte e amoroso sol dos dias de hoje.
Beijos,
Zedu
Zedu:
De acordo com Eckhart Tolle, presente e futuro não existem. Só há o AGORA. Tanto o passado como o futuro só
ganham significado se presenciados no presente!
Esse toque foi essencial para a minha superação e em “Aquarela” o namorado de Danny o traz para o
presente a todo o momento, ou pelo menos pede (cobra) a sua atenção: ele é hoje o seu amado
e não o nadador, primeiro amor do passado e que já vive em outro plano!
Entende porque essa questão me pegou tanto?
Bjs e obrigado pelo retorno. Sei que vc vive o presente com uma “luz amena da saudade” e, principalmente, recria essa luz!
Esqueci de comentar sobre a tradução dos filmes…
Concordo plenamente com vc …Tradução no Brasil é quase sempre um problema…no âmbito dos filmes e séries tmb…Sai cada pérola…
Adriano:
Não deixe de ri a esse filme, vc com certeza vai se emocionar! Obrigado pelo incentivo.
E depois vc vai concordar tanto com a bela tradução do título (ufa, dessa vez acertaram!) como do próprio enredo!
bjs
9 Comentários
Marcelo
setembro 2, 2010 @ 19:55
Eu sou o compositor da trilha sonora deste filme. Foi muito legal trabalhar com o diretor David Oliveras.
Este filme é um filme muito bom eu sugiro para qualquer um ir assistir. O filme fez um grande sucesso aqui nso Estadps Unidos e venceu vaios festivais inclusive em Los Angeles.
Vale a pena./
Maurício Mellone
setembro 3, 2010 @ 12:31
Marcelo:
Que bom q vc passou pelo meu blog. O filme é muito bom mesmo,
fiquei muito emocionado! Reforço a dica: assistam a esse belo filme!
abr e obrigado.
Laura Fuentes
agosto 31, 2010 @ 15:47
O comentário está tão bom que fiquei com vontade de ver esse filme.
Seu blog está muito bom, viu?
Maurício Mellone
agosto 31, 2010 @ 17:51
Laura, querida:
Fico muito contente com seus elogios, ainda mais vinda de uma “blogueira veterana”!
Se puder assistir ao filme, acho q irá gostar!
bjs
Jose Edvardo Pereira Lima
agosto 25, 2010 @ 11:33
Quando li a sinópse no jornal ou na Vejinha, não me lembro, não me interessei. O resenhista colocava o tema do filme na disputa superficial do bem dotado fisicamente com do ‘nerd’. Mas o seu comentário me entusiasmou em vê-lo. Você se aprofunda na relação dos dois e o que isso significou para ambos, que, acredito, deve ser o mote principal do filme. Significou e significa para Danny, que pinta o presente com as cores do passado.
Vira e mexe o passado aporta na minha mente, lembranças fugídias, pinceladas desbotadas. Lembro desses fatos com muita satisfação, mas sem nostalgia. Eles nunca me interromperam de prosseguir. Como disse para um amigo meu, gosto de encarar o presente com a luz amena da saudade, mas sem deixar de recriá-la com o forte e amoroso sol dos dias de hoje.
Beijos,
Zedu
Maurício Mellone
agosto 25, 2010 @ 12:27
Zedu:
De acordo com Eckhart Tolle, presente e futuro não existem. Só há o AGORA. Tanto o passado como o futuro só
ganham significado se presenciados no presente!
Esse toque foi essencial para a minha superação e em “Aquarela” o namorado de Danny o traz para o
presente a todo o momento, ou pelo menos pede (cobra) a sua atenção: ele é hoje o seu amado
e não o nadador, primeiro amor do passado e que já vive em outro plano!
Entende porque essa questão me pegou tanto?
Bjs e obrigado pelo retorno. Sei que vc vive o presente com uma “luz amena da saudade” e, principalmente, recria essa luz!
Adriano Oliveira
agosto 24, 2010 @ 15:34
Esqueci de comentar sobre a tradução dos filmes…
Concordo plenamente com vc …Tradução no Brasil é quase sempre um problema…no âmbito dos filmes e séries tmb…Sai cada pérola…
Adriano Oliveira
agosto 24, 2010 @ 15:29
Achei muito sincero seu texto…
Em geral, nção vejo muitos filmes gays…algusn têm roteiro muito ruim.
Gostei da sinopse deste e principalmente da visão que vc deu a ele.
Liberta-se do passado será um dos temas que tmb vou abordar…
O passado para mim sempre foi algo interessante…
Você escreve muito bem…
No post em que eu falar sobre passado vou dedicar a vc. Rsrsrsrs
Maurício Mellone
agosto 24, 2010 @ 15:41
Adriano:
Não deixe de ri a esse filme, vc com certeza vai se emocionar! Obrigado pelo incentivo.
E depois vc vai concordar tanto com a bela tradução do título (ufa, dessa vez acertaram!) como do próprio enredo!
bjs