Elenco formado por 43 bailarinos e cantores e 14 músicos

O musical Capiba – pelas ruas eu vou está de volta ao Teatro de Santa Isabel para mais quatro apresentações, de 3 as 6 de novembro, depois do sucesso da temporada de estreia. O espetáculo foi criado para comemorar os 30 anos do projeto Aria Espaço de Dança e Arte e presta uma homenagem a Lourenço da Fonseca Barbosa, o mestre Capiba, considerado um dos mais importantes e influentes compositores da música urbana de Pernambuco.

Com direção geral de Cecília Brennand, direção artística de Ana Emilia Freire, direção teatral de Tuca Andrada e direção musical da maestrina Rosemary Oliveira, o musical conta com 43 bailarinos e cantores do projeto Aria Social e 14 músicos de uma orquestra de câmara criada especialmente para o evento. O espetáculo faz um passeio pela vida e obra de Capiba, que compôs, em seus 93 anos de vida, músicas de diversos gêneros, dentre eles frevo, samba, maracatu, valsa, ciranda, baião, música armorial e erudita. Todos estes gêneros estão presentes no musical.

Dois narradores contam a trajetória de Capiba

Antes do início do espetáculo há a exibição de um vídeo sobre os 30 anos do projeto Aria Espaço de Dança e Arte e o relato sobre a concepção do musical em homenagem ao mestre Capiba. Em seguida, no telão ao fundo do palco, são projetadas imagens de antigos Carnavais do Recife, inclusive com uma pequena participação de Capiba, numa entrevista. Dois bailarinos/cantores entram e, como narradores, dão início ao musical, relatando a trajetória do compositor.

Mestre compôs mais de 320 canções, inclusive para missa

Com os músicos da orquestra dispostos em todo o espaço cênico, os bailarinos e cantores vão apresentando as coreografias do imenso repertório de Capiba, que compôs mais de 320 músicas. De acordo com a diretora musical do espetáculo, o público se espanta com a diversidade do mestre pernambucano:

“Apresentamos no palco a história e o ecletismo musical de Capiba. O frevo e músicas de Carnaval, mais conhecidas do grande público, não poderiam faltar; mas trazemos também números de valsa, chorinho, ciranda e até canções compostas para  missas. É surpreendente a reação da plateia”, explica a maestrina Rosemary Oliveira.

Montagem: fusão palco e telão

O que mais chama a atenção no espetáculo é a fusão entre as imagens exibidas no telão e as coreografias apresentadas no palco: o elenco contracena com as imagens, e, em alguns momentos, o bailarino está no palco e sua partner no telão.

A ideia de contar a vida de Capiba por meio de suas músicas é bem interessante, mas senti falta de um texto mais consistente, que amarrasse melhor as cenas e as coreografias. Assisti ao musical na estreia, em que ocorreram algumas falhas técnicas — vídeo inicial não entrou em sintonia e microfonia com problemas. Acredito que no decorrer das apresentações tudo foi sanado.

Coreografia de maracatu: destaque

O importante a ressaltar é a grandiosidade da montagem: cenas dedicadas ao maracatu são o grande destaque. Com o belo figurino assinado por Beth Galdêncio e o elenco jovem, talentoso e de muita garra Capiba – pelas ruas eu vou encanta o público, que ao final canta e dança com o elenco que desce do palco e termina o espetáculo numa grande folia de Carnaval! Os amantes de Capiba e da música popular não podem perder!

Cecília Brennand, Rosemary Oliveira e elenco agradecem

Roteiro:
Capiba – pelas ruas eu vou. Direção geral: Cecília Brennand. Direção artística: Ana Emilia Freire.  Direção musical: maestrina Rosemary Oliveira. Direção teatral: Tuca Andrada. Elenco: 43 bailarinos cantores e 14 músicos da orquestra de câmara. Figurino: Beth Galdêncio.  Fotografia: Alícia Cohim e Max Levay. Produção: Projeto ARIA.
Serviço:
Teatro de Santa Isabel, Praça da República, 233, tel. 3355-3323. Dias e horários: de 3 a 6 de novembro, sempre às 20h. Ingressos: R$ 50, R$25. Vendas: bilheteria, sede do Galo da Madrugada e plataforma Sympla. Duração: 60 min. Classificação: livre.