De Maurício Mellone em agosto 11, 2022
Desde a última sexta-feira o Museu do Estado de Pernambuco (MEPE) abriga a exposição Semprenunca fomos modernos, com 109 obras, distribuídas em nove núcleos, que retratam o pioneirismo do modernismo no Brasil e a contribuição pernambucana para o movimento.
Estão expostas obras produzidas desde a década de 1920 até os dias de hoje, por artistas como os irmãos Fédora, Joaquim e Vicente do Rêgo Monteiro, Cícero Dias, Lula Cardoso Ayres, Abelardo da Hora, Francisco Brennand, José Cláudio até os contemporâneos como Clara Moreira, Fefa Lins, Juliana Lapa, Max Mota e Diogum. A mostra é uma realização da Cepe (Companhia Editora de Pernambuco), com curadoria de Rinaldo Carvalho, diretor do MEPE, do jornalista e antropólogo Bruno Albertim, da historiadora Maria Eduarda Marques e da especialista em Artes Visuais Maria do Carmo Nino.
A exposição ocupa todas as galerias do MEPE e o Centro de Documentação Cícero Dias. Já no saguão de entrada o público se depara com a produção da família pernambucana Rêgo Monteiro, com destaque para as obras de Vicente do Rêgo Monteiro, único artista de Pernambuco a participar da Semana de Arte Moderna de São Paulo, que completou 100 anos no último mês de fevereiro. Mas estão neste espaço também a produção de seus irmãos Fédora e Joaquim do Rêgo Monteiro.
De acordo com os curadores, a mostra não tem o objetivo de discutir ou menosprezar a contribuição do modernismo paulista, mas “reconhecer a extraordinária contribuição do modernismo pernambucano”. A exposição apresenta novas narrativas visuais, inclusivas, diversas e plurais sobre a arte moderna no Estado:
“Esta exposição traz os pioneiros pernambucanos que dividiram com São Paulo a primazia da modernidade brasileira. O modernismo de Pernambuco é de longa e múltiplas durações; novos artistas tomam partido ainda de caros preceitos estéticos de um modernismo tropical pernambucano”, argumenta Bruno Albertim.
Nas galerias do andar superior estão os demais núcleos: Cícero Dias E um surrealismo úmido e tropical, Lula Cardoso Ayres E o popular como paradigma, O Frevo como expressão do moderno, Abelardo da Hora E a consciência de classe, A paisagem como subjetividade, Outros modernos ou nuca fomos modernos e Figurativismo abstrato: a libertação da figura.
Um dos atrativos desta exposição é apreciar obras produzidas nas primeiras décadas do século XX justapostas a criações de artistas contemporâneos, como Pantanosa de Fefa Lins. A mostra fica em cartaz até o final de setembro. Vale a pena conferir.
Roteiro:
SempreNunca Fomos Modernos – mostra sobre a arte moderna em PE. Museu do Estado de Pernambuco, Av. Rui Barbosa, 960, Graças, Recife, tel. 81 3184-3174. Horários: de terça a sexta, das 9h às 17h; sábados e domingos, das 14h às 17h. Temporada: até 25 de setembro.
Fotos: divulgação
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