Peça: Quem tem medo de Virginia Woolf, foto 1

Zezé Polessa e Daniel Dantas protagonizam clássico de Edward Albee

De em maio 21, 2014

Peça: Quem tem medo de Virginia Woolf, foto 1

Zezé Polessa e Daniel Dantas vivem o casal que recebe os jovens para um drinque, interpretados por Erom Cordeiro e Ana Kutner

Peça do norte-americano Edward Albee escrita nos anos 60 (estreou em outubro de 1962 na Broadway), Quem tem medo de Virginia Woolf? faz uma verdadeira radiografia sobre a vida conjugal. A trama, em cartaz no Teatro Raul Cortez até final de julho, mostra Marta e Jorge, interpretados por Zezé Polessa e Daniel Dantas, casados há mais de 20 anos chegando de uma festa da casa do pai dela, o reitor da universidade em que Jorge é professor. O clima de animosidade entre eles já fica latente desde a primeira cena e o mau humor de Jorge só aumenta quando Marta diz que convidou o jovem casal Nick e Mel (vividos por Erom Cordeiro e Ana Kutner) para mais um drinque. Ao chegar, os visitantes notam o mal estar entre os anfitriões e, com o aumento do nível alcoólico entre todos os presentes, verdades, traumas, conflitos, traições e desavenças passam a ser a tônica deste inusitado encontro de casais.
Se num primeiro momento o tom do enredo de Albee é realista, quando o efeito do álcool começa a agir sobre os quatro personagens, tudo se transforma. Marta e Jorge vivem uma relação desgastada, entre o amor e o ódio, e na medida em que a noite avança, a ilusão e o mistério que envolve o casal tomam à frente das discussões. Com os jovens acontece o mesmo: no início eles passam a impressão de um casal harmonioso e sadio, mas aos poucos, influenciados pelo jogo sedutor e perverso dos mais velhos, eclode a mentira que nutre aquela relação.

Peça: Quem tem medo de Virginia Woolf, foto 2

Sob efeito do álcool, os personagens tiram suas máscaras

Esta é a quarta montagem de Quem tem medo de Virginia Woolf? no Brasil — , Cacilda Becker e Walmor Chagas a encenarem em 1966, Tônia Carrero e Raul Cortez em 1978 e Marieta Severo e Marco Nanini em 2000 — e, de acordo com o diretor, nestes 52 anos este texto de Edward Albee (e a sua dramaturgia) colaborou para a mudança ocorrida na sociedade em relação à mulher, ao homem, ao casamento, à família e à liberdade das pessoas na busca da felicidade. Ao mostrar os podres e a teia de mentiras e traições em que os dois casais vivem, esta peça provoca o espectador, que é obrigado a reavaliar a sua relação afetiva e emocional.

Uma curiosidade desta montagem é que Zezé e Daniel já foram casados (estão separados há anos), o que ajuda muito a cumplicidade em cena, e quem assina a tradução do texto é o filho deles, João Polessa Dantas. Destaque para a iluminação de Maneco Quideré e cenografia e direção de arte de Gringo Cardia.

 

Fotos: João Caldas


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