Peça: Cine-Monstro, foto 1

Cine_Monstro: na pele de 13 personagens, Enrique Diaz faz primeiro solo

De em novembro 27, 2013

Peça: Cine-Monstro, foto 1

Enrique Diaz vive 13 personagens da peça do canadense Daniel MacIvor

Peça: Cine-Monstro, foto 2

O ator inicia o monólogo andando de velocípede

A parceria entre Enrique Diaz e Daniel MacIvor está cada vez mais intensa, muito em função de que ambos se envolvem com o teatro de maneira visceral. Tanto o canadense como o brasileiro atuam assim como dirigem seus espetáculos. Cine_Monstro, que acaba de estrear no SESC Pompeia, é a terceira vez em que Diaz encena textos de MacIvor no país — das outras oportunidades dirigiu a premiada montagem In on It e A Primeira Vista, que permanece em turnê.
Assim como o autor, que atuou e dirigiu a peça na montagem canadense, Diaz encara seu primeiro solo em Cine_Monstro. E o desafio não é pequeno: vive 13 personagens sombrios, de histórias que se entrelaçam e vão da comédia ao drama, passando pelo suspense. O espectador sai do espetáculo com a tarefa de unir as tramas e montar todo o enredo como num jogo de quebra-cabeças.

Ao entrar, o público se depara com o palco vazio, tendo ao fundo um grande telão em branco; como cenário, apenas um velocípede, uma mesa e uma cadeira de acrílico transparente. Como um mestre de cerimônia, Enrique recebe a plateia e explica o início do processo da montagem e aos poucos introduz o primeiro personagem, que irá desencadear todas as outras histórias. Este relato é sobre uma família estranha, em que o filho mata e esquarteja o pai. A partir daí outros 12 personagens entram e saem da narrativa e um imenso mosaico de tramas precisa ser montado pelo espectador para se chegar ao todo.

 

“A dramaturgia de MacIvor é cheia de reentrâncias, recuos e descobertas, sempre com uma função ativa do espectador. Tenho cá pra mim que essa é uma das maravilhas de seu teatro: conseguir que o espectador se torne parte da peça pelo convite ao raciocínio”, confessa Enrique Diaz.

Ao título original da peça, Monster, Diaz introduziu o Cine exatamente pelas projeções dos vídeos no telão durante os relatos dos personagens e os efeitos sonoros de microfonia: assim há uma conexão entre teatro e cinema, principalmente de horror, tema que permeia várias das histórias.

Peça: Cine-Monstro, foto 3

Diaz encena pela terceira vez texto de MacIvor

Sem dúvida, uma das grandes montagens deste final de temporada 2013. Cine_Monstro permanece em cartaz somente até o dia 15 de dezembro. Mas os fãs do dramaturgo canadense têm uma chance de encontrá-lo: no próximo dia 12 MacIvor vai participar de um bate papo com o público e da leitura de sua peça Best Brothers, que Diaz deverá montar no próximo ano.

 

Fotos: Nathalie Melot

 


2 Comentários

Carlos Maco Mendonça

novembro 28, 2013 @ 13:30

Resposta

Eu assiste logo após a estréia, no Rio. Havia visto os dois anteriores e sempre me chamou a atenção aquele algo de sombrio que pesa sobre as relações. Certo tipo de desgaste que deixa a engrenagem das interações mais difíceis de rodar. Mas em Cine Monstro essa algo sombrio salta para a relação com o espectador, a convocação de aspectos do teatro americano cria uma aspereza impressionante no jogo entre ator e platéia. Vale cada segundo!

Maurício Mellone

novembro 28, 2013 @ 15:08

Resposta

Maco:
Maco querido,
tb saí do espetáculo impressionado, tanto com o texto do MacIvor como
com a atuação do Enrique.
No caminho pra casa, vim montando o quebra-cabeça do enredo!
bjs e obrigado pela participação

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