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As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão: musical enaltece poder feminino

De em maio 1, 2019

Peça: As Cangaceiras- Guerreiras do Sertão, foto 1

Elenco: Amanda Acosta, Marco França, Vera Zimmermann, Carol Badra, Luciana Lyra, Rebeca Jamir, Jessé Scarpellini, Marcelo Boffat, Milton Filho, Pedro Arrais, Carol Costa, Badu Morais, Eduardo Leão

Com um elenco de 13 atores e cinco músicos, o espetáculo em forma de fábula As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão, em cartaz no Teatro do Sesi com temporada prevista até início de agosto, exalta o poder das mulheres.

Com direção de Sergio Módena e direção musical de Fernanda Maia, a trama de Newton Moreno é centrada no drama de Serena, interpretada por Amanda Acosta: ao saber que seu filho, que havia sido cruelmente afastado dela ao nascer, está vivo, ela foge do bando do cangaço liderado pelo marido Taturano, papel de Marco França. Revoltada, Serena quer descobrir o paradeiro da criança e, ao lado de outras mulheres, iniciam uma luta contra a opressão e o machismo, tão incrustados no cangaço.

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Amanda vive a protagonista Serena

 

 

Num cenário criativo (módulos movimentados pelo elenco que reproduzem a aridez do sertão), a cena inicial é a descoberta de Serena sobre o filho, que fora entregue aos cuidados do PadreTibúrcio (Eduardo Leão). Em sua aventura épica em busca do bebê, Serena consegue agregar outras mulheres injustiçadas e sua atitude pessoal torna-se um levante feminino. A notícia da criação do bando de guerreiras logo se espalha e o sanguinário Taturano não vai se deixar abater. O conflito entre os bandos será inevitável.

 

 

 

 

O enredo é permeado por canções, que elucidam a história. De acordo com o diretor, as músicas (letras de Newton Moreno e melodias de Fernanda Maia) são parte constitutivas da narrativa. Conhecido como o poeta dos palcos, o dramaturgo pernambucano Newton Moreno vive em São Paulo desde os anos 1990 e sua premiada obra une elementos regionais com temas universais. Nesta fábula sobre o cangaço, o autor incita à reflexão sobre o machismo e o papel da mulher na sociedade:

 

“O cangaço, apesar de ser um espaço de liberdade para algumas mulheres, era também um lugar cruel, reproduzia mecanismos de violência, como abusos, estupros e desmandos. O cangaço acabou virando um trampolim para falarmos sobre a situação de hoje. Nosso espetáculo quer discutir as forças do feminino na sociedade brasileira. O que nossas guerreiras fictícias querem nos fazer lembrar é que não se pode fugir à luta e temos de estar atentos e preparados, porque há muitas revoluções dentro da revolução”, esclarece Newton Moreno.

 

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Mulheres que se rebelam contra o machismo

 

Além do vigor da dramaturgia e da criativa encenação, a atuação afinada do elenco é o grande destaque do espetáculo; e por enaltecer a mulher, o musical também valoriza a performance das atrizes, principalmente de Amanda Acosta, Vera Zimmermann, Carol Badra, Rebeca Jamir e Luciana Lyra. Mesmo com duas horas de duração, a peça prende a atenção do público. Confira: temporada até agosto.

 

 

 

Roteiro:
As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão. Texto: Newton Moreno. Direção Sergio Módena. Produção: Rodrigo Velloni. Elenco: Amanda Acosta, Marco França, Vera Zimmermann, Carol Badra, Luciana Lyra, Rebeca Jamir, Jessé Scarpellini, Marcelo Boffat, Milton Filho, Pedro Arrais, Carol Costa, Badu Morais, Eduardo Leão. Direção musical: Fernanda Maia. Coreografia: Erica Rodrigues. Figurino: Fabio Namatame. Cenografia: Marcio Medina. Iluminação: Domingos Quintiliano. Designer gráfico: Ricardo Cammarota. Fotografia: Priscila Prade. Produção executiva: Swan Prado e Luana Fioli. Realização:Velloni Prod. e SESI-SP.
Serviço:
Teatro do Sesi (456 lugares), Av. Paulista, 1313, tel. 11 3528-2000. Horários: de quinta a sábado às 20h; domingo às 19h. Ingressos: gratuitos. Duração: 120 min. Classificação: 12 anos. Temporada: até 04 de agosto.


2 Comentários

Ed Paiva

maio 2, 2019 @ 08:29

Resposta

Assisti e fiquei impactado pela beleza e poesia do texto de Newton Moreno e pelas interpretações soberbas de todo elenco, a começar por Amanda Acosta. O dueto entre “Mocinha”, Rebeca Jamir, e “Namorado”, Jessé Scarpellini. Apesar do tema dramático, há momentos de humor que dão um respiro e leveza ao musical.
Obrigado pela resenha!

Maurício Mellone

maio 3, 2019 @ 17:11

Resposta

Ed:
já te respondi no Face e concordo:
o humor ajuda a aliviar o tom dramático e
trágico da linda peça do Moreno.
Muito obrigado pela visita e pelas colocações
sempre muito precisas e certeiras!
Bjs e volte sempre!

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