De Maurício Mellone em dezembro 3, 2013
Cada nova produção do diretor Woody Allen gera um grau de expectativa sempre alto. Há aqueles que amam a filmografia dele, há outros que não são tão fãs e há ainda os que desgostam do trabalho do diretor norte-americano. Em Blue Jasmine as opiniões também estão divididas. No entanto, Allen com este filme volta a focar suas histórias na realidade norte-americana e sua crítica ao comportamento social é contundente.
A trama tem como foco central a trajetória de Jasmine, interpretada com todo o vigor por Cate Blanchett, que inicia a história em pleno voo de Nova York a San Francisco. Seu casamento pomposo com o magnata Hal (Alec Baldwin) acaba de ruir e ela tem de recomeçar sua vida do zero. Abalada por saber das falcatruas de que vivia o ex-marido e de suas constantes traições, Jamine pede abrigo para a irmã Ginger (Sally Hawkins) — que mora numa casa modesta e é funcionária de um supermercado. No entanto, o mundo de ambas é diametralmente oposto e os atritos entre elas são inevitáveis.
Mesmo na miséria e dependente de calmantes (a qualquer abalo, se enche de comprimidos, tomados com bebida alcoólica), Jasmine não perde a pose. Ginger tenta chamar a irmã para a relidade e indica alguns empregos. A ex-ricaça, depois de muita insistência, aceita ser secretária de um dentista (Michael Stuhlbarg), que a assedia. Desiludida mas com a intenção de encontrar um bom partido, Jasmine vai a uma festa e leva consigo a irmã; lá conhece o diplomata Dwight (Peter Sarsgaard), que pede que ela decore sua nova mansão. Eles iniciam um romance, mas o passado de Jasmine vem à tona comprometendo a nova relação.
Jasmine encarna uma marca de Woody Allen: é como diversos dos personagens da galeria do diretor, ou seja, ela não para de falar um segundo, parece uma metralhadora de palavras e ideias. O que me chamou a atenção em Blue Jasmine é o formato da narrativa: o passado glamouroso de Jasmine em Nova York se intercala com o momento atual da personagem em San Francisco. Este vai e vem da história possibilita com que o espectador faça uma análise do universo daquela mulher, que em alguns momentos se mostra equilibrada e dona de si e em outros, desestruturada emocional, física e financeiramente. Jasmine pode ser comparada, ser um parâmetro da sociedade contemporânea dos EUA? Esta é uma das leituras para o filme. Há outras, com certeza. Qual a sua visão sobre o mais recente filme de Woody Allen?
Fotos: divulgação
6 Comentários
sergio
dezembro 4, 2013 @ 19:57
É a cara dos EUA atual
Nós brasileiros já estamos acostumados com estes personagens!
Maurício Mellone
dezembro 5, 2013 @ 10:37
Bruno,
com certeza, o Hal (Alec Baldwin) é muito conhecido
entre nós. Infelizmente.
O bom q alguns Hals foram presos depois de terem sido julgados
pela suprema corte da Justiça brasileira!
bjs e obrigado pela participação
Nanete Neves
dezembro 4, 2013 @ 16:30
Só sei que há muito eu não encantava com um filme dele como neste. Cate está magistral, digna de todos os prêmios. Bem dirigida, ela consegue mostrar todas as nuances do seu frágil universo interior totalmente dilacerado. Bela resenha, nela você levanta os pontos mais fortes do filme e desafia o teu leitor a pensar.
Maurício Mellone
dezembro 5, 2013 @ 10:39
Nanete:
Que bom q vc gostou da resenha, que tive a intenção
mesmo de provocar o leitor e fazer com que avalie a proposta
do Allen de vários ângulos.
E a Cate está mesmo deslumbrante, acho q o Oscar já é dela!
Bjs e obrigado por sua constante participação aqui no Favo!
Adriana
dezembro 4, 2013 @ 15:53
Ma, que delícia de texto!!!!! Deu vontade de ir ao cinema assistir à Blue Jasmine!!! Beijo
Maurício Mellone
dezembro 5, 2013 @ 10:40
Adriana, querida:
não deixe de ir, vc vai adorar! Como disse a Nanete logo acima, o trabalho da Cate é
magnífico!
bjs