De Maurício Mellone em setembro 1, 2014
O filme mais recente do diretor Woody Allen, Magia ao Luar (Magic in the Moonlight), que acaba de estrear, é rodado na década de 1920, nas paisagens paradisíacas do sul da França. A trama central é sobre o grande mágico Wei Ling Soo, personagem de Stanley Crawford (vivido por Colin Firth), um especialista em truques de magia e ilusionismo, que é convocado por seu amigo Howard (Simon McBurney) a desmascarar a médium Sophie, interpretada por Emma Stone, que está prestes a dar um golpe numa afortunada família que vive no sul da França. Stanley, que adora se confrontar com charlatões, resolve aceitar o convite do amigo e, assim, deixa de viajar de férias com a noiva. Cético e ferrenho defensor da ciência, Stanley entra em conflito com suas convicções ao se deparar com a bela e sensível Sophie.
A cena inicial do filme se passa em Berlim/Alemanha, em 1928, com o show do mágico chinês (mais um truque de Stanley), que faz desaparecer elefante, corta uma mulher ao meio e até consegue se teletransportar no palco, para assombro da plateia. Ao tirar a maquiagem já no camarim, Stanley recebe a visita de Howard, que consegue convencê-lo a viajar para a França com o intuito de desmascarar a moça que anda fazendo o maior sucesso com suas visões e conversas com pessoas já falecidas.
O embate entre Stanley e Sophie é imediato, mas aos poucos o grande conhecedor dos truques de magia começa a entrar em conflito com suas verdades e convicções, graças aos encantos, sensibilidade e atributos da suposta vidente. Cético e com princípios de vida fundamentados na ciência, Stanley não admite as faculdades da espiritualista, mas não consegue provar que a moça é uma farsante.
Como em outros filmes do norte-americano, o personagem central é mais um alter ego do diretor, pois nas discussões sobre religião e o sentido da vida, Stanley demonstra a falta de fé, a descrença na existência do além e a predileção pela magia e pela música, ideário de Allen.
O que mais me agradou em Magia ao Luar é a transformação do personagem: o ególatra Stanley precisa admitir a si mesmo que está apaixonado pela moça que é o seu oposto. A cena mais marcante deste embate interior é quando Stanley é questionado pela tia que o criou, Vanessa (interpretada pela veterana Eileen Atkins); sem tirar os olhos das cartas do baralho, Vanessa consegue fazer com o sobrinho cheque seus sentimentos e seus ideais de vida.
Diversão aliada a uma reflexão sobre espiritualidade e o amor. Vale a pena conferir mais esta produção do mestre Woody Allen.
Fotos: divulgação
2 Comentários
Ricardo
outubro 7, 2015 @ 10:16
Muito boa colocação.
Maurício Mellone
outubro 7, 2015 @ 11:29
Ricardo,
obrigado por sua visita
(esta resenha é antiga)
Volte outras vezes, procuro atualizar
com frequência o Favo
abrs