Peça: O Louco e a Camisa, foto 1

O Louco e a Camisa: texto argentino questiona valores familiares

De em setembro 4, 2018

Peça: O Louco e a Camisa, foto 1

Ricardo Dantas e Rosi Campos interpretam o casal da peça de Nelson Valente

Sucesso na Argentina, peça de Nelson Valente, O Louco e a Camisa, em cartaz no Teatro Renaissance até o próximo dia 16 de setembro, escancara os problemas de convivência entre os membros de uma tradicional família de classe média, principalmente evidenciando a dificuldade de as pessoas saberem lidar com a doença de Beto, vivido por Rainer Cadete, vítima de síndrome de asperger, um tipo de transtorno de desenvolvimento que afeta a capacidade de se socializar e de se comunicar com eficiência.

Com direção de Elias Andreato, a montagem conta no elenco, além de Cadete, com Rosi Campos, que é substituída eventualmente por Patrícia Gasppar, Ricardo Dantas, Priscilla Squeff e Dudu Pelizzari.

Peças: O Louco e a Camisa, foto 2

Rainer Cadete vive Beto, rapaz com problemas mentais

A cena inicial já define o ambiente em que vive aquela família: o marido (Dantas) autoritário e autocentrado nem dá ouvidos à mulher (Rosi/Patrícia), que não se cansa de trabalhar e manter a casa em ordem. Beto perambula pela casa, vive em seu mundo interior, articula mil ideias ao mesmo tempo, mas não consegue dialogar com os familiares. Já a filha (Priscilla) está deslumbrada com o namorado rico (Pellizzari) e faz de tudo para esconder o irmão do futuro marido.

A ação central da peça se passa no dia em que a filha traz o namorado para conhecer a família: antes tenta convencer o irmão a ficar trancado em seu quarto durante o jantar. Tudo corre como o combinado até o momento em que Beto aparece na sala e aos poucos desmascara aquela cena hipócrita: com seu jeito ‘louco’ de ser, é o único que fala a verdade e traz à tona os mistérios que cada um deles mantém guardado a sete chaves — o rapaz não poupa nem a mãe por quem tem o maior carinho e amor.

 

“Esta obra é um olhar agudo e cruel do nosso tempo. É preciso escancarar tudo para que possamos enxergar o que realmente somos. É isto que Nelson Valente nos revela neste drama familiar para rir e chorar”, afirma Elias Andreato.

O que mais me chamou a atenção no espetáculo foi a brilhante atuação de Rainer Cadete, que com sensibilidade dá vida a um personagem tão complexo e de diversas facetas. Destaque também para Patrícia Gasppar na pele da matriarca (no dia em que assisti à peça ela substituiu Rosi Campos).

Peça: O Louco e a Camisa, foto 3

Patrícia Gasppar também interpreta a matriarca

 

 

 

Roteiro:
O Louco e a Camisa. Texto: Nélson Valente. Tradução e idealização: Priscilla Squeff. Direção: Elias Andreato. Elenco: Rosi Campos, Rainer Cadete, Priscilla Squeff, Dudu Pelizzari e Patrícia Gasppar (stand by). Cenário e figurino: Elias Andreato. Iluminação: Cleber Eli. Trilha sonora: Jonathan Harold. Fotografia: Caio Gallucci. Visagismo: Dicko Lorenzo. Produção: Priscilla Squeff, Danny Olliveira e Leandro Luna.
Serviço:
Teatro Renaissance (440 lugares), Alameda Santos, 2233, tel. 11 3069-2286. Horários: sexta e sábado às 21h30 e domingo às 18h. Ingressos: sexta e domingo R$ 80 e sábado R$100. Venda: ingressorapido.com.br e teatrorenaissance.com.br. Duração: 70 min. Classificação: 12 anos. Temporada: até 16 de setembro.


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