De em outubro 20, 2011
De maneira despretensiosa, Elias Andreato criou o musical Que Rei Sou Eu? para reverenciar o teatro musical brasileiro, tão criativo e popular nos anos 30 e 40. No roteiro, escrito especialmente para o ator Renato Borghi que está completando 53 anos de carreira, Elias mescla textos poéticos e irônicos inspirados na obra do modernista Oswald de Andrade com mais de 20 músicas de diversas épocas, todas tendo como foco o povo brasileiro e sua cultura. No palco aconchegante do Teatro Eva Herz, Renato com figurino estilizado de um monarca divide as canções com Patrícia Gasppar e o maestro Jonathan Harold, que assina a direção musical e os arranjos.
Intitulado como musical antropofágico, o início é justamente com a canção Que Rei Sou Eu, de Francisco Alves, que dá nome ao espetáculo. Numa cadeira que tem a função de trono, rei Renato vai discorrendo textos irônicos e poéticos que retratam o povo brasileiro e nossa história. Entre um e outro texto, as canções interpretadas pelos três; Patrícia, além de mostrar seu talento como cantora, preenche o espaço cênico com sua veia cômica e sua expressividade extraordinária. Das mais de 20 canções apresentadas, destaque para Ai Yoyo (Luiz Peixoto, Marques Porto, Cândido Costa e Henrique Vageler), O Malandro (Chico Buarque), Bandeira Branca (Zé Keti, Max Nunes, André Filho, Laércio Alves e Pereira Matos), Pela Décima Vez (Noel Rosa), Eu Quero Botar Meu Bloco na Rua (Sérgio Sampaio).
Com figurino assinado por Laura Huzak Andreato e a iluminação de Wagner Freire, Que Rei Sou Eu? tem uma hora de duração. Se no início a plateia fica um pouco tímida por não saber a proposta do espetáculo, aos poucos as pessoas vão se soltando para no final cantarem em uníssono com Renato, Patrícia e Jonatan. Espetáculo simples, alegre e com um roteiro muito bem alinhavado. Elias Andreato soube intercalar as canções com os textos, de maneira que em algumas vezes elas complementam a ideia desenvolvida pelo Rei, em outras fazem o contrapondo e até ironizam o texto apresentado. Lembrete: o espetáculo é apresentado somente às quartas-feiras, até o dia 30 de novembro.
Fotos: João Caldas
2 Comentários
Luiz Carlos Líbano
outubro 26, 2011 @ 23:54
Oi, Maurício, fiquei interessado em ver o espetáculo, devido à resenha e também pelo fato de conhecer o trabalho desses dois atores, cujas carreiras acompanho há um certo tempo. Quando for vê-los, retornarei ao seu blog, pra ver se batem as impressões ou se podemos complementá-las, ampliá-las.
Grande abraço! Além de atual colaborador, sou um fã desse espaço. Virou o meu jornal virtual.
Luiz.
Maurício Mellone
outubro 27, 2011 @ 14:57
Luiz:
vou esperar pela sua volta para compararmos nossas impressões.
Fico muito contente q vc passou a seguir o blog!
Obrigado pela força e pelo incentivo!
bjs