De Maurício Mellone em agosto 29, 2016
Em função da realização do 27º Prêmio da Música Brasileira, no CCBB-SP no último final de semana de agosto, a Cia Luna Lunera não apresentou a peça Urgente, que volta aos palcos no próximo sábado, dia 03 de setembro, agora sem interrupções. A temporada se estende até o dia 17 de outubro, sempre com sessões aos sábados e segundas, às 20 h e domingos às 19 h.
A premiada companhia mineira com esta peça está fazendo o circuito CCBB: a estreia foi em Belo Horizonte, depois os cariocas puderam assistir a trama e agora os paulistanos. Brasília recebe o espetáculo em novembro.
Com 15 anos de existência e espetáculos premiados e de grande repercussão no Brasil e no exterior — Perdoa-me por me traíres/2000 de Nelson Rodrigues, Aqueles Dois/2007 de Caio Fernando Abreu, Cortiços/2008 de Aluísio de Azevedo e Prazer/2012, dramaturgia de Jô Bilac —, a Cia Luna Lunera para este espetáculo comemorativo convidou o grupo carioca Areas Coletivo de Arte para que juntos criassem a trama, baseada nas urgências do homem contemporâneo. A peça procura distinguir as verdadeiras urgências e ansiedades pessoais e coletivas em relação ao tempo que nos atropela.
“O tempo passa e as urgências ficam, as urgências têm essa natureza de se acumularem e acabar soterrando prioridades, desejos. A gente optou por partir das urgências próprias, das histórias de vida de cada um da equipe, de nossas relações com as coisas da vida; enfim do nosso olhar para o mundo e começar a colher as urgências. Isso virou uma das matérias primas do nosso trabalho”, explica a diretora Miwa Yanagizawa, que divide a direção com Maria Sílvia Siqueira Campos.
Na trama, cinco personagens – vividos pelos atores Cláudio Dias, Isabela Paes, Marcelo Souza e Silva, Odilon Esteves e Zé Walter Albinati – convivem em ambientes do cotidiano, como uma sala de costura ou escritório, e apresentam um enredo ficcional que se revela aos poucos e se relaciona com retrospectivas da vida dos próprios atores.
Como nos trabalhos anteriores, em Urgente a Cia. Luna Lunera investiu em caminhos diversificados de criação, por meio de pesquisa continuada e diálogo com outros criadores contemporâneos. O processo criativo da peça contou com a interlocução dramatúrgica do escritor Carlos de Brito e Mello e da atriz Liliane Rovaris, que realizaram uma conexão entre a literatura, a filosofia e a poética das cenas.
Temporada até o dia 17 de outubro, de sábado a segunda no CCBB-SP. Não perca!
Fotos: Carol Thusek e Raquel Carneiro
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