Macu (Caio Blat), Pibe (Sílvio Guindane) e Jaiminho (Jonathan Haagensen)

O filme acaba de estrear, mas já traz na bagagem diversos prêmios (quatro no Festival de Paulínia e cinco no de Gramado), além de sua primeira exibição ter sido no Festival de Berlim/Alemanha. Em seu primeiro longa, Jeferson De em Bróder! conta uma história simples e humana sobre a amizade entre três garotos que cresceram em Capão Redondo, zona sul da capital paulista, e hoje só um deles permanece por lá, Macu, ou Marco Aurélio, interpretado magistralmente por Caio Blat. Ele está começando a se envolver com o crime, mas seus amigos têm destinos bem diferentes: Pibe (Sílvio Guindane) é um modesto vendedor de seguros, casou-se e tem um filho recém-nascido; já Jaiminho, vivido por Jonathan Haagensen , é um jogador de futebol que atua na Europa e está no Brasil à espera de sua convocação para a seleção. O reencontro deles se dá justamente no dia do aniversário de Macu: dona Sonia (Cássia Kiss) faz uma feijoada e convida os dois amigos para a festa do filho.
O filme é o dia desse reencontro, em que eles reafirmam essa amizade. Macu, assediado pelos criminosos, recebe a missão de sequestrar o jogador famoso. O conflito central do personagem é se vai trair ou não seus verdadeiros companheiros de vida.
O que mais me chamou a atenção no filme foi a forma como Jeferson De soube contar a sua história: com uma câmera ágil, os personagens são apresentados como peças de um quebra-cabeça. O espectador aos poucos vai montando o “joguinho”. A cena da feijoada, com todo o elenco reunido, é dinâmica e o público tem a nítida impressão do clima geral da festa. Outro destaque é a cena em que, para lembrar a infância, eles apostam uma corrida até o carro: cada um tem de ir por uma viela e a câmera acompanha a correria deles!

Jonathan, Sílvio, Jeferson De e Caio na estreia paulistana

A trilha sonora contribui muito para ambientar a trama: na cena em que eles dão um passeio pela cidade, Mano Brown é acompanhado pelos três em uníssono. Com roteiro de Jeferson De, Newton Cannito e do escritor Ferréz, Bróder! foge do modelo de filme que reúne favela, tráfico, violência e crime. Não que a violência não exista, mas o fundamental da trama é a relação de amizade dos rapazes e como esses laços perduram por mais que a vida tenha os separado.

Fotos: Ag. News