De Maurício Mellone em novembro 8, 2016
Em seu filme de estreia, Jonas, a diretora paulista Lô Politi concentrou as ações da trama nos bastidores do Carnaval paulistano, especificamente na preparação do desfile da Pérola Negra, tradicional escola de samba da Vila Madalena. E quem conduz a história é o ator Jesuíta Barbosa, que encarna o garoto Jonas, filho da empregada doméstica Janice (Ana Cecília Costa) e que sobrevive entregando ‘mercadorias’ a mando do traficante Dandão, vivido pelo músico Criolo.
Jonas sempre viveu perto da família dos patrões da mãe e tem uma paixão recolhida por Branca, interpretada por Laura Neiva, que acaba de voltar do exterior. A garota nem desconfia que desperta tanto a atenção de Jonas e que esta paixão irá modificar a vida de todos.
Com roteiro assinado pela diretora e por Élcio Verçosa, o filme começa com Jonas percorrendo o bairro boêmio da Vila Madalena, mostrando o desnível social e as diferenças de oportunidades da população. Depois de um reencontro rápido, Branca convida Jonas para o ensaio da escola de samba, à noite, mesmo estando namorando o playboyzinho interpretado por Chay Sued. Muito tímido, o rapaz se entusiasma e aceita o convite. No entanto, esta noite irá alterar completamente a vida deles: Jonas não consegue ficar com Branca e resolve beber. De ressaca, ele acorda e vai até a casa da garota e a flagra com Dandão: eles discutem e na briga o traficante morre. Desesperado, Jonas consegue se desvencilhar do corpo do homem e sequestra a garota, levando-a para o galpão da escola de samba, mais especificamente, para dentro de um carro alegórico, uma imensa baleia.
O filme tem ótimo padrão de produção, com uma bela fotografia, cenários, locações e trilha sonora adequados. Entretanto, as soluções para o desfecho do enredo são um tanto inverossímeis e irreais, apesar da boa atuação de Jesuíta Barbosa e Laura Neiva; o ator mirim Luam Marques, que interpreta Jander, irmão de Jonas, também merece destaque.
Fotos: divulgação
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