Corpolítica: documentário mostra campanhas de candidatos LGBTQI+

De em junho 11, 2023

 

 

Documentário de Pedro Henrique França sobre candidaturas LGBTQI+ nas eleições 2020

 



Acabou de estrear em todo o país — no Recife está em cartaz na sala do Museu, do Cinema da Fundação — o documentário Corpolítica, do diretor Pedro Henrique França, que acompanha o cotidiano de candidatas e candidatos da comunidade LGBTQI+, de diversos partidos, a cargos públicos nas eleições de 2020. O país vivia na época sob o governo de um grupo de extrema direita, ostensivamente contrário aos direitos de negros, mulheres, gays, lésbicas, transexuais e demais minorias sociais.

 

O filme revela como os candidatos e candidatas se movimentam para divulgar suas plataformas eleitorais, além de mostrar a vida íntima destas pessoas, com depoimentos de suas mães e pessoas próximas. Participação de Andrea Bak, Erika Hilton, Fernando Holliday, Monica Benicio, Thammy Miranda e William de Lucca.

 

 

Marco Pigossi, Erika Hilton e o diretor

Com roteiro assinado pelo diretor Pedro Henrique França, o filme, produzido pela Agência Representa e pelo ator Marco Pigossi, faz um passeio pelas campanhas eleitorais, desde a divulgação nas ruas no corpo a corpo com os eleitores até a apuração dos votos e anúncio de quem venceu. Com depoimentos intercalados, as candidatas e candidatos revelam suas histórias de vida e suas experiências de sobrevivência e luta num país que é conhecido como o que mais mata pessoas LGBTQIA+. Nas eleições de 2020 houve um número recorde de candidaturas da comunidade e o diretor convidou candidatas/os a participar do filme de variadas tendências políticas, desde candidaturas de esquerda e progressistas, como a carioca Monica Benício, viúva de Mariele Franco, e a paulista Erika Hilton, até candidatos de centro e de direita, como Thammy Miranda e Fernando Holliday.

 

 

 

 

Erika Hilton: discurso contundente

Além das posições políticas e de suas ideias para se elegerem, as candidatas e candidatos apresentam suas mães, que contam a história de vida dos filhos e filhas. O interessante é que quem tem voz nestes instantes do filme são as mães, suas crias ficam caladas. O público fica sabendo, por exemplo, que Erika Hilton foi expulsa de casa pela própria mãe, que explica suas razões e também o seu arrependimento posterior. O depoimento de Monica Benício também emociona: ela conta que não escolheu entrar para a política, mas foi obrigada pela situação, a partir do brutal assassinato de sua companheira Mariele Franco.

 

 

 

Monica Benício eleita vereadora no Rio

 

 

Os depoimentos sobre as candidaturas são intercalados também por imagens de fatos históricos ocorridos durante a campanha ou em períodos anteriores. Jean Wyllys, o primeiro deputado assumidamente gay a chegar ao Congresso, também participa do filme e relata seus embates com os racistas e preconceituosos, tanto que renunciou ao mandato após a vitória da extrema direita — recebeu ameaças de morte a ele e a sua família.

 

 

 

 

 

 

 

 

Mulheres negras em campanha

O filme estreia em pleno mês do orgulho LGBTQIA+ e as questões discutidas pelas candidaturas ganham ainda maior importância. O roteiro, entretanto, se estende, há repetições de argumentos nos 102 minutos de projeção; o documentário poderia ser mais enxuto. Mas o vigor das palavras de Erika Hilton em sua posse em São Paulo, assim como a emoção de assistir Monica Benício assumir uma cadeira na Câmara Municipal do Rio de Janeiro trazem ânimo e esperança. Que cada vez mais representantes LGBTQIA+ cheguem ao poder para dar voz à comunidade.

 

 

 

 

Fotos: divulgação


Deixe comentário

Deixe uma sugestão

    Deixe uma sugestão

    Indique um evento

      Indique um evento

      Para sabermos que você não é um robô, responda a pergunta abaixo: