De Maurício Mellone em junho 6, 2022
O olhar de Thaís Fujinaga para o universo de uma família típica de classe média. De forma sucinta é assim que A felicidade das coisas, em cartaz no Cinema da Fundação, pode ser definido: em seu primeiro longa-metragem, a diretora faz uma radiografia do modo de vida de Paula, vivida por Patrícia Saravy, que grávida, aos 40 anos, passa férias em Caraguatatuba, litoral sul de São Paulo, com a mãe Antonia, interpretada por Magali Biff, e os dois filhos, a garotinha Gabi (Lavinia Castelari) e o pré-adolescente Gustavo, papel de Messias Gois.
Com a ausência do marido, que só raras vezes atende aos telefonemas da esposa, Paula é obrigada a tomar a frente de todas as responsabilidades da família, inclusive da construção da piscina na pequena casa de veraneio que acabaram de comprar. A falta de dinheiro para completar a obra será o estopim para a crise na vida de Paula.
Com roteiro assinado pela diretora, o filme começa com a família na praia, as crianças se divertindo e mãe e avó arrumando tudo para voltarem para o almoço em casa. Ao mesmo tempo, a câmera registra dois homens trabalhando no buraco que receberá a piscina pré-pronta; ao chegarem da praia, Paula verifica a má vontade deles com a falta de material para finalizar a obra e tenta convencê-los a continuar o trabalho.
A diretora, aos poucos e de maneira homeopática, vai mostrando o dia a dia das férias de verão daquela família liderada pela mãe, já que o pai se mostra ausente, tanto afetiva como financeiramente. Paula, em razão dos problemas, está sempre com a fisionomia fechada, dando pouca atenção aos filhos. Esta lacuna é preenchida por Antonia, que mais do que avó, é cúmplice dos netos, mesmo na hora do abuso de Gustavo, que resolve seguir os garotos mais velhos do bairro numa aventura noturna.
O desfecho não surpreende, já que a diretora durante o desenrolar da trama dá pistas do final das férias um tanto enfadonhas daquela família. O que sobressai em A felicidade das coisas, no entanto, é a identificação do público com o drama familiar retratado na tela. Destaque para a composição de personagem, tanto de Patrícia Saravy, a mãe provedora, como de Magali Biff, a avó compreensiva e ao mesmo tempo atenta a tudo o que acontece. Boa estreia de Thaís Fujinaga; único senão, o roteiro peca por falta de densidade.
Fotos: divulgação
2 Comentários
Dinah Sales de Oliveira
junho 7, 2022 @ 17:24
Maurício,
Como falei antes, vi o trailer e quero assistir ao filme.
Gostei da resenha, que dá pistas mas não entrega o jogo.
beijos,
Dinah
Maurício Mellone
junho 7, 2022 @ 17:45
Tomara q esteja em cartaz aí em Sampa;
aqui está a terceira semana….. medo de sair
logo e aí a resenha perde a função.
Gostei muito da participação da Magali, parece
q a avó está distante (ensimesmada), mas é atenta.
Depois me conte o q achou do filme
Beijos