Doutor Gama: Jeferson De resgata a história do advogado Luiz Gama

De em setembro 21, 2021

César Mello dá vida ao advogado, escritor, jornalista e abolicionista Luiz Gama

Num momento de resgate da verdadeira história do Brasil, em que os abusos e atrocidades aos povos que foram escravizados são denunciados, o filme de Jeferson De, Doutor Gama, se encaixa perfeitamente. A trama faz um perfil da trajetória de Luiz Gama, interpretado na fase adulta por César Mello, advogado, escritor, jornalista e abolicionista, considerado uma das personalidades mais importantes da história brasileira.

 

O roteiro, assinado por Luiz Antônio, não segue a tradicional linha cronológica das cinebiografias. O espectador vai conhecendo os principais fatos da vida de Luiz Gama, desde sua prisão arbitrária quando criança, o período em que como escravo conseguiu se alfabetizar e obteve sua liberdade até a fase adulta, em que já casado e constituído como advogado, Gama luta nos tribunais para libertar seus irmãos escravizados­ – foram mais de 500 defendidos por ele durante sua vida.

 

O filme é um recorte na biografia de Luiz Gama. A trama começa em 1840, na cidade de Salvador/Bahia, mostrando o garotinho aos 10 anos, vivido por Pedro Guilherme, que nascera livre, mas foi vendido como escravo. Já adolescente (papel interpretado por Angelo Fernandes), Luiz aprende a ler e a escrever e consegue obter sua liberdade, graças a ajuda de Antonio (Johnny Massaro e Higor Campagnaro), amigo da família que o escravizou.

 

 

Mariana Nunes vive Claudina, esposa de Gama

 

A história sofre um salto e o espectador já se depara com Luiz Gama casado com Claudina, vivida por Mariana Nunes, pai de um garoto e já atuando como advogado. No entanto, ele é contra o movimento de seus irmãos negros que lutavam armados contra os escravagistas. Entretanto ele é praticamente intimado por seu amigo Santos (Romeu Evaristo) a defender seu filho José, interpretado por Sidney Santiago, que havia matado o patrão, que abusava sexualmente de sua esposa.

 

 

 

 

Sem dúvida o ápice do filme são as cenas de julgamento. Mais do que julgar o caso no homem que matou aquele que estuprara sua mulher, a trama enfatiza a injustiça e a violência sofrida pelos negros. Frases ditas no tribunal por Luiz Gama, infelizmente, ainda são atuais neste Brasil do século XXI:

 

“Estamos aqui para julgar as próprias leis. Precisamos fazer este país justo para todos, para todos!”

 

 

 

Jeferson De, diretor do filme

 

 

 

 

Neste momento de revisão da história do Brasil, resgatar a figura de Luiz Gama é de suma importância, já que mesmo tendo vivido no cativeiro, ele se tornou um dos mais eminentes intelectuais brasileiros e um ferrenho defensor dos negros e da liberdade. Um filme necessário, que vai ajudar no resgate da nossa história como nação.
 

 

 

 

 

 

 

 

Fotos: divulgação

 


2 Comentários

Soraia

setembro 22, 2021 @ 23:23

Resposta

Gostei muito da resenha, embora tenha ficado um pouco decepcionada com o filme. Acho que a narrativa foi um tanto superficial. Acredito que detalhes importantes da vida de Luis Gama poderiam ser salientados, principalmente sua vida literária.

Maurício Mellone

setembro 23, 2021 @ 15:23

Resposta

Soraia, querida:
bom q vc curtiu a resenha; já tínhamos comentado sobre
o filme, vc esperava mais.
Sei do empenho do Abílio e de sua parte tb em
preservar e resgatar a história de vida do advogado, escritor,
jornalista e abolicionista Luiz Gama.
O filme do Jeferson De vem a contribuir com este trabalho.
Beijos, adorei sua visita

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