De Maurício Mellone em novembro 5, 2012
Nem bem termina a Mostra de cinema e os cinéfilos e amantes da sétima arte têm mais uma maratona: começa nesta quinta para convidados e na sexta para o público a vigésima edição do Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade.
Como já aconteceu no ano passado, o Festival não se restringe apenas ao cinema: sempre com a temática da diversidade sexual, o evento vai apresentar atrações de teatro, música e literatura.
Mas claro que o cinema é o carro chefe: serão 36 longas de vários países, incluindo documentários premiados em festivais recentes, 51 curtas nacionais (sendo 16 em competição), além de estrangeiros; na mostra Mundo Mix o destaque fica para a produção portuguesa em homenagem ao ano de Portugal no Brasil.
Outro destaque é para a estreia mundial do longa brasileiro A Volta da Pauliceia Desvairada, do diretor Lufe Steffen, que narra a incansável noite gay de São Paulo dos dias atuais.
Na cerimônia de abertura desta quinta-feira, no Cine SESC, será exibido o filme belga No Caminho das Dunas , de Bavo Defurne, que conta a história de Pim, um garoto sonhador que mora numa pequena cidade da costa da Bélgica, nos anos70. Ele cresce desenhando e sonhando com uma vida de fantasia e na adolescência se apaixona por Gino, seu vizinho e melhor amigo, que não corresponde à sua paixão.
O Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade já é considerado o maior do gênero na América Latina, principalmente por contemplar, além do cinema, outras manifestações de cultura, como literatura, música e teatro.
“No ano passado conseguimos que as atividades chegassem ainda mais ao público, que quase triplicou. Em 2012, com a campanha Chegou uma Nova Geração, e ela é Mix, esperamos que esse público acompanhe ainda mais a programação, cada vez mais diversa e com espaços gratuitos, e assim cheguemos a um numero maior de pessoas”, diz João Federici, que divide a direção do evento com André Fisher.
No Panorama Internacional, o evento apresenta 36 longas de ficção e documentários. Dos filmes de ficção, destaque para a produção americana/canadense Tempestade na Estrada, de Thom Fitzgerald, Homem Adorável, da Indonésia, dirigido por Teddy Soeriaatmadja e Circunstância, de Maryam Keshavarz (França / USA / Irã).
O documentário Meu Nome é Kuchu, de Katherine Fairfax Wright e Malika Zouhali-Worrall (USA / Uganda, 2012) venceu o festival de Berlim e estará na mostra internacional.
Produção brasileira e portuguesa
Do país, o Fesitval MixBrasil vai trazer 51 curtas, sendo que 16 deles estão na Mostra Competitiva, que contará com um júri formado por diretores de Festivais de Buenos Aires, Lisboa, Valparaiso, Copenhague e São Paulo, além do voto do público.
Os diretores do evento ressaltam que na mostra Mundo Mix o destaque fica para a produção portuguesa recente, com a exibição de cinco curtas inéditos no Brasil e o longa/documentário A Última Vez Que Vi Macau (França, Portugal, Macau/ 2012), de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata.
O hilário Show do Gongo, comandado pela atriz Marisa Orth, permanece no evento: os vídeos dos participantes podem ser inscritos no balcão de credenciamento do festival até uma hora antes do show, que será dia 12 de novembro.
Além dos filmes, o público terá ainda atrações de teatro, como a estreia da peça Inferno na Paisagem Belga, do grupo Satyros, que relata o romance entre os poetas Paul Verlaine e Arthur Rimbaud, e Dramáticas em Cena, com leituras dramáticas e a apresentação das peças Sob a Luz do Lampião da Esquina, Não conte a ninguém e Xeque Mate, texto original de Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa).
Neste ano o escritor Marcelino Freira vai comandar a Balada Literária, que vai contar com a presença do escritor colombiano Alonso Valter Sanches, especialista em temas que envolvem a questão da guerrilha das FARC e a militância homossexual.
André Fischer ressalta que o Festival terá vários convidados estrangeiros, entre atores, diretores e organizadores de festivais, e que as tradicionais festas, com DJs convidados, acontecem durante todo o evento. Mas ele enfatiza a qualidade da produção dos curtas brasileiros:
“Serão 51 curtas, número que representa o avanço da produção de filmes de temática da diversidade sexual no Brasil, uma das mais férteis do gênero no mundo. Estes mapeiam os principais polos de produção do país no momento e formam um painel bastante diverso sobre como nos vemos e nos retratamos”, arremata Fischer.
A programação do Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade acontece até o dia 18 de novembro no Centro Cultural São Paulo, no Museu da Diversidade (Metrô República), além das salas do Cinesesc Augusta, Espaço Itaú de Cinema salas (3 e 4), e Cine Olido. Há ainda sessões open air no Beco do Graffiti (Vila Madalena) e Largo do Arouche. O Rio recebe o festival do dia 22 de novembro ao dia 01 de dezembro.
Fotos: divulgação
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