Peça: Hugo Possolo em Eu cão eu, foto 1

Em solo, Hugo Possolo reestreia Eu Cão Eu, agora no Espaço Parlapatões

De em julho 15, 2013

Peça: Hugo Possolo em Eu cão eu, foto 1

O palhaço Hugo Possolo desta vez encara uma situação dramática em peça de sua autoria

Numa agradável parceria entre os grupos Satyros e Parlapatões, está de volta o monólogo Eu Cão Eu, depois de bem-sucedida temporada no SESC Pinheiros. Agora em casa, no Espaço Parlapatões, Hugo Possolo, que também é autor do texto, é dirigido por Rodolfo García Vázquez, do Satyros, e vive um homem comum, que trabalha num banco e tem uma vida normal até o dia em que se depara com um cachorro no meio da rua; poderia ser um fato corriqueiro e sem importância, mas aquele homem fica perturbado com o animal e passa a persegui-lo diariamente. A vida deste bancário se desestrutura completamente, pois ele passa a viver em função do cão, vê semelhanças entre a sua vida e a do animal e questiona sua identidade.
Diferente do que geralmente apresenta ao público — já que gosta de se definir como palhaço —, Possolo vive neste monólogo um verdadeiro drama. Ao entrar, o espectador já encontra o ator deitado num sofá (um dos poucos elementos de cenário), na pele do bancário solitário e angustiado, que ora lê um livro, ora bebe algo num cantil, levanta, anda, está literalmente perturbado.

 

Dia da dor, hora angustiante.

 

Num microfone no canto do palco, ele inicia a peça desta forma. O roteiro em que um homem para tudo o que está fazendo quando vê um cachorro vira-lata na rua foi criado em cima de um fato real: o ator estava no centro velho de São Paulo, dentro do seu carro quando enxerga um cão revirando um lixo do mercado central. Em entrevista ao site Globo Teatro quando da estreia da peça, a ator/dramaturgo explica:

 

Peça: Hugo Possolo em Eu cão eu, foto 2

O ator dos Parlapatões é dirigido por Rodolfo García Vázquez, do Satyros

Eu me distraí e comecei a viajar no que o cachorro poderia estar fazendo; dali a pouco começou um buzinaço atrás de mim e precisei encostar o carro. Refleti que poderia seguir aquele cachorro, assim nasceu a peça. O texto traz um homem de classe média, com um emprego e um apartamento próprio; ele não está mal de vida, mas a partir do momento em que vê o cão, passa a ter nova visão de liberdade. Ele vê no cachorro uma possibilidade diferente de encarar a vida e as pessoas”, diz Possolo.

 

 

O que mais chama a atenção na peça é o questionamento existencial que ela propõe: aquele homem, que até então tinha uma vida normal, entra em crise ao perceber que o cão era livre, independente e sabia como buscar sua subsistência (física e emocional), ao passo que ele se vê sozinho, abandonado pela namorada e amigos e preso à sua insignificância.
Eu Cão Eu propõe ao espectador refletir sobre o que é semelhante e o que difere o homem e o cão. E para isto, o diretor optou pelo mínimo de cenário e pouquíssimo recurso de iluminação e de trilha sonora, justamente para enfatizar a interpretação. E Hugo Possolo mostra sua versatilidade cênica: dá vida àquele homem/cão, em todas as nuances dramáticas, cômicas e trágicas.

“Sou palhaço e quando faço drama corro o risco de cair no melodramático. Mas o Rodolfo me ajudou a achar o tom certo. Foi um aprendizado, com uma grande troca”, conclui o ator/autor.

 

Fotos: Zeca Rodrigues


2 Comentários

ELISABETE COSMO

julho 16, 2013 @ 00:51

Resposta

MUITO INTERESSANTE. PENA NÃO ESTAR AÍ PARA VER A PEÇA. BJS MAURÍCIO. BOA SEMANA.

Maurício Mellone

julho 16, 2013 @ 14:03

Resposta

Bete:
O Possolo está muito bem em cena como um bancário
solitário q persegue um cão pelas ruas de Sampa.
Obrigado pela visita,
bjs

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