Peça: O canto de ninguém, foto 1

O canto de ninguém: peça retrata o universo da música clássica

De em março 9, 2020

Peça: O canto de ninguém, foto 1

Fabi Bang interpreta uma cantora lírica e Luccas Papp o consagrado pianista e compositor

 

 

Depois do sucesso de O Ovo de Ouro, peça de sua autoria, o jovem ator e dramaturgo Luccas Papp está de volta aos palcos com O canto de ninguém, peça que escreveu em 2015. Desta vez a trama revela os bastidores de uma ópera, com o encontro entre o jovem virtuoso pianista e compositor Geoffrey Smithson, papel de Papp, com a cantora lírica Samantha, interpretada por Fabi Bang. Apesar de talentosa, a moça tem pouca experiência e seu contato com o famoso pianista irá transformar radicalmente a vida de ambos.

 

 

O espetáculo, em curta temporada no Teatro Itália, é dirigido por Kleber Montanheiro, que também assina cenografia e figurino, e conta com oito canções compostas especialmente para a peça por José Antônio Almeida e pelo maestro João Carlos Martins, responsável também pela direção musical.

 

 

 

O cenário da trama — repleto de pedestais e abajures — é no cômodo de ensaio da residência do jovem e temperamental pianista, que recebe a cantora, escolhida depois de testes para ser a protagonista da ópera que está sendo composta por Geoffrey. Uma das primeiras surpresas de Samantha (e haverá outras) é saber que mesmo depois da seleção ela ainda deverá passar pelo crivo do músico. Assustada com a informação, a moça se submete à avaliação de Geoffrey, que se convence do talento da cantora.

Peça: O canto de ninguém, foto 2

Atores são dirigidos por Kleber Montanheiro

 

 

 

 

A relação entre ambos é recheada de atritos e pequenos desentendimentos, mas com o passar dos ensaios tanto o pianista como a cantora resolvem aparar as arestas e iniciam um contato mais próximo, chegando até a trocar confidências. No entanto, a trama traz reviravoltas até a última cena, o que surpreende os espectadores.

 

 

“O projeto é uma oportunidade de levar a música clássica para o teatro e discutir as relações humanas, o que traz identificação com o público. A peça questiona os limites do trabalho artístico e as hierarquias sociais; ela se desenrola como uma forma de deixar nas entrelinhas que não existem características especiais que diferem pessoas de capacidade superior”, esclarece Kleber Montanheiro.

 

 

 

 

 

 

 

 

Além de questionar a inusitada relação entre o consagrado pianista e a talentosa cantora, a peça tem como grande atrativo a música clássica. Durante uma das discussões entre os personagens, Samantha interpreta A rainha da noite, ária da ópera A Flauta Mágica de Mozart. Há ainda citações de Vivaldi e Bach (todas executadas pelo pianista Wesley Barretto) e as oito canções compostas especialmente para a peça, incluindo a que dá nome ao espetáculo.

 

Com uma direção sensível que valoriza a brilhante atuação de Fabi Bang e Luccas Papp, o espetáculo se destaca ainda pela perfeita sintonia entre iluminação e cenografia, que contribuem para o fluxo narrativo. Destaque ainda para o belo figurino — o traje final da cantora é encantador. No entanto, a dramaturgia é o elemento que mais me chamou a atenção: o texto do jovem autor surpreende, com mudanças de tom e reviravoltas inesperadas. A temporada é bem curta, portanto programe-se e não deixe de assistir.

 

 

 

Peça: O canto de ninguém, foto 3

Direção musical: João Carlos Martins

Roteiro:
O canto de ninguém. Texto: Luccas Papp. Direção: Kleber Montanheiro. Elenco: Luccas Papp e Fabi Bang. Piano: Wesley Barretto.Trilha sonora original: João Carlos Martins e José Antônio Almeida. Direção musical: João Carlos Martins. Cenografia, figurinos, adereços e visagismo: Kleber Montanheiro. Direção de palco: Marcos Valadão. Iluminação: Gabriele Souza. Preparação corporal: Daniela Flor. Fotografia: Fernando Maia. Produção: LPB Produções.
Serviço:
Teatro Itália (292 lugares), Av. Ipiranga, 344, tel. 11 3255.1979. Horários: sexta às 21h, sábado às 20h e domingo às 19h. Ingressos: R$60 e R$30. Duração: 90 min. Classificação: 10 anos. Temporada: até 5 de abril.


2 Comentários

Fábio Mráz

março 9, 2020 @ 21:30

Resposta

Maravilhoso!!! A dramaturgia é realmente incrível. Mas todo o resto também está no mesmo nível, atuação de ambos, músicas, cenário, iluminação, figurinos . Uma linda obra que merece , sem dúvida, uma longa temporada.
Brilhante!

Maurício Mellone

março 10, 2020 @ 10:08

Resposta

Fábio, querido:
que bom q vc tb gostou do espetáculo, que realmente merece longa temporada.
Obrigado pela presença aqui, constante!
Grande incentivo para q eu continue este trabalho!
Obrigado, bjs

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