O Pior de Mim: solo de Maitê Proença faz imenso sucesso no Recife

De em março 11, 2024

Maitê Proença apresentou seu solo neste final de semana no Teatro do Parque

 

 

 

O burburinho começava nas calçadas antes mesmo da abertura do portão do Teatro do Parque. Tudo porque a atriz Maitê Proença iria pela primeira vez se apresentar no Recife. E o sucesso foi imenso: nas duas apresentações do último final de semana, com casa lotada, a atriz, escritora e dramaturga encenou seu monólogo O Pior de Mim, sob direção de Rodrigo Portella, em que revisita momentos cruciais de sua vida.

 

 

A peça estreou no formato on line em 2020 e depois de adaptada aos palcos já cumpriu temporada no Rio e em algumas cidades do país antes de chegar à capital pernambucana. Após as apresentações, Maitê autografou o livro O Pior de Mim, que traz além do enredo da peça outro texto, Uma vida inventada, romance com elementos autobiográficos que a artista publicou em 2008.

 

 

 

 

 

 

 

À Beira do Abismo: Maitê e Clarisse Derzié Luz

O Pior de Mim  é a quarta peça de autoria de Maitê Proença, que já escreveu e encenou Achadas e Perdidas/2005, As Meninas/2009 em parceria com Luiz Carlos Goes e À Beira do Abismo me Cresceram Asas/2013 em que as personagens são duas velhinhas que moram num asilo.

 

Desta vez o enredo do espetáculo é constituído de fatos e momentos cruciais da vida da atriz. Mas antes de começar a peça, ela entra em cena e começa a conversar com a plateia; apresenta seu colega de cena, o ator  Renato Krueger, que sem fala é o cameraman que registra a atuação da atriz ao vivo.

 

 

 

 

 

 

 

Atriz discorre sobre sua trajetória de vida

 

Num cenário de poucos elementos e muitas cortinas de véus (onde as imagens captadas ao vivo são projetadas), Maitê começa a discorrer sobre momentos de muita dor porque passou, como o assassinato de sua mãe pelo pai e o trauma desta tragédia, sua relação atribulada com o pai, além de suas viagens ao exterior, os processos terapêuticos e o início profissional. A atriz faz questão de ressaltar que suas histórias não têm importância:

 

 

 

 

 

 

“Histórias pessoais são distintas, mas a forma que reagimos quando fragilizados é muito semelhante. Meus dramas familiares não têm nenhuma importância. A peça é sobre todos nós e o que fazemos com o enredo que nos foi dado. Refiro-me à minha própria história porque é a única que tenho, ela me dá autoridade pra tratar dos assuntos que abordo na peça”, diz a atriz e autora.

 

 

 

Com uma direção criativa, a atriz se movimenta pelo palco, sempre seguida do cameraman; às vezes ela fica até de costas para a plateia e o espectador acompanha sua fala pela projeção das imagens. O movimento dos véus também tem a função de caracterizar as várias camadas da personalidade daquela personagem.

 

 

 

 

 

 

Maitê é dirigida por Rodrigo Portella

 

O que mais me chamou atenção no espetáculo sem dúvida foi a profundidade do texto. Os fatos descritos na peça se referem à trajetória da autora/atriz, no entanto o espectador se identifica em diversos momentos com o que é relatado. Ao final e sem a presença da câmera, Maitê vem até à boca de cena, ficando muito perto das pessoas. Praticamente olho no olho, ela argumenta que temos de enfrentar nossos fantasmas e horrores para termos uma vida mais tranquila e em paz.

 

Blackout e a atriz volta para os cumprimentos finais. Que O Pior de Mim cumpra temporadas por outras cidades brasileiras, os questionamentos da peça são universais e merecem chegar ao maior número de pessoas possível.

 

 

 

 

 

 

 

 

Roteiro:
O Pior de Mim
. Texto e atuação: Maitê Proença. Direção e concepção cênica: Rodrigo Portella. Assistente de direção: Ritcheli Santana. Ator/câmera: Renato Krueger. Direção musical: Marcello H. Iluminação: Rodrigo Portella. Cenografia: Rodrigo Portella e Maitê Proença. Fotografia: Felipe O’Neill. Direção de produção: Celso Lemos. Produção local: Flávio Marques. Realização: Realejo Produções Artísticas.


2 Comentários

ADriana Bifulco

março 11, 2024 @ 18:39

Resposta

Espero que o espetáculo venha para São Paulo. Imagino como deve ser profundo e nos leve a vários questionamentos internos. Para a atriz também deve ser um grande desafio.

Maurício Mellone

março 12, 2024 @ 14:18

Resposta

Adriana, querida:
Nâo sabia q a peça ainda não passou por São Paulo
(outro amigo me disse q tb não assistiu).
A peça começou de forma online e já esteve algumas
cidades do país. Tomara q vá para SP.
O texto é profundo, triste, mas com desfecho reflexivo
e enriquecedor.
Obrigado pela visita aqui, sempre!
Beijos

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