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Favo do Mellone: balanço do ano e destaques da programação cultural

De em dezembro 30, 2019

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Se num ano em que a Cultura sofreu ataques e foi desprezada pelo governo federal — o ministério foi extinto e o setor cultural passou por duas pastas, estando hoje alocado no ministério do Turismo —, a classe artística respondeu apresentando uma produção rica e pulsante.

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Chico Buarque: vencedor do Prêmio Camões de Literatura

No cinema, por exemplo, filmes brasileiros foram premiados em festivais internacionais; no teatro o público teve acesso a produções de grande poder reflexivo sobre a realidade brasileira e mundial; exposições trouxeram uma legião de visitantes aos museus e galerias, além da criativa música popular e da literatura do país, que também recebeu reconhecimento internacional (Chico Buarque venceu o Prêmio Camões de Literatura, considerado o principal troféu de língua portuguesa).

O Favo do Mellone, que em 2020 irá completar 10 anos de atividades, esteve neste ano ativo e participante da numerosa programação cultural da cidade de São Paulo. Foram mais de 110 resenhas/críticas, numa média de duas postagens semanais sobre teatro, cinema, literatura, artes plásticas e música, além de vídeos com dicas culturais postados no canal do You Tube e aqui na TV MELLONE. Acompanhe a seguir um breve balanço de 2019, com os destaques da programação cultural.

 

 

 

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Livro sobre Ney Matogrosso

 

 

 

Um dos destacados lançamentos editoriais do início do ano foi Ney Matogrosso – vira-lata de raça/Tordesilhas/Alaúde Editorial, obra em que o cantor e ator faz uma retrospectiva de sua vida e de sua carreira. O ano também foi rico no teatro; nos primeiros meses a veterana atriz Nathalia Timberg comemorando 90 anos protagonizou o solo Através de Iris sobre a vida da nova-iorquina Iris Apfel. Outro destaque ficou para a premiada produção carioca Tom na fazenda, do canadense Michel Marc Bouchard, que trata de temas tabus, como homofobia e preconceito.

 

 

 

 

 

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Cassía Kiss em Meu quintal
é maior que o mundo

 

 

 

 

Cássia Kiss também esteve na cidade no primeiro semestre com Meu quintal é maior que o mundo, sobre a obra do poeta Manoel de Barros, que também recebeu uma mostra no Itaú Cultural, reunindo parte da obra do escritor mato-grossense, além de vídeos com entrevistas do escritor. Em artes plásticas, destaco ainda a mostra sobre o ator e diretor teatral Antônio Abujamra, com fotos e vídeos sobre os trabalhos de que ele participou entre de programas de TV, peças e filmes.

 

 

 

 

 

 

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Tarsila popular: Autoretrato/1923

 

 

Mas não poderia faltar nesta retrospectiva a mostra realizada pelo MASP, Tarsila popular, considerada a mais ampla exposição no Brasil dedicada a Tarsila do Amaral (houve recorde de público, com mais de 402 mil visitantes).
Fechando o primeiro semestre ressalto o lançamento do filme Dor e Glória, do consagrado Pedro Almodóvar, trama sobre a vida de um diretor de cinema, numa metáfora da carreira do diretor espanhol.

 

 

 

 

 

 

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Peça: A Desumanização

 

No teatro, a peça A Desumanização, direção de José Roberto Jardim, baseada na obra do escritor Valter Hugo Mãe, foi o grande destaque. E o livro Elias Andreato – a máscara do improvável /Editora Humana Letra também deve ser ressaltado: o jornalista Dirceu Alves Jr. sintetizou em 173 páginas a vida e a obra do ator e diretor teatral paulista.

 

 

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Bacurau, filme de Kleber Mendonça e Juliano Dorenelles

Filmes premiados
Depois da consagração pelo mundo — escolhido pelo júri do Festival de Cannes e no festival de Munique/Alemanha, Bacurau de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles estreou no país; a trama mistura vários gêneros, como faroeste, ficção científica e suspense, para contar a história da invasão de um grupo de norte-americanos a um pequeno povoado do sertão nordestino.
Ressalto ainda Hebe a estrela do Brasil, filme de Maurício Farias, com Andrea Beltrão interpretando Hebe Camargo; a trama faz um recorte na vida da apresentadora, ressaltando o período em que ela assume o controle sobre a carreira e passa a combater a censura e o machismo.

 

 

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Filme: Hebe a estrela do Brasil

 

A artista também foi homenageada com a mostra Hebe Eterna: de forma interativa o visitante teve a chance de percorrer locais do cotidiano de Hebe, como seu closet, o camarim das emissoras de TV, além dos vídeos com depoimentos sobre ela e trechos de seus programas.

 

 

 

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Filme: A Vida Invisível

 

 

Para ficar ainda no cinema, destaque para A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, escolhido para representar o Brasil no Oscar/20. Baseado no romance de Martha Batalha, o filme faz um retrato das relações familiares do Brasil dos anos 1940 e 1950, desvelando o machismo e a prepotência dos homens sobre as mulheres. Com Carol Duarte e Julia Stockler e participação mais do que especial de Fernanda Montenegro.

 

 

 

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Denise Fraga em Eu de Você

 

Duas de nossas grandes atrizes estiveram em cartaz com solos: Denise Fraga protagonizou Eu de você, com histórias, enviados pelo público e trechos de ficção, que procuram fazer a ligação entre a vida comum e a arte.

 

 

 

 

 

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Alma Despejada com Irene Ravache

 

 

 

Já Irene Ravache, em Alma Despejada, interpreta uma mulher de 70 e poucos anos, que já morta, revisita sua casa e divide com os espectadores todos os momentos vividos ali. Outro destaque dos palcos fica para Jardim de Inverno, direção de Marco Antônio Pâmio, que retrata os dilemas que um casal nos anos 1950 enfrenta para fugir dos padrões impostos pela sociedade.

 

 

 

 

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Casa Submersa de Kiko Marques

 

Outro destaque teatral fica para Casa Submersa, de Kiko Marques, que conta a trajetória de uma bióloga que depois de surtos começa a fazer mergulhos e assim deixa fluir seu inconsciente, vindo à tona sua verdadeira história pessoal.
O veterano ator Renato Borghi também merece destaque: no primeiro semestre protagonizou com Miriam Mehler Romeu e Julieta 80! sobre o clássico de Shakespeare.

 

 

 

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Renato Borghi: O que mantém um homem vivo?

 

E encerrou o ano com a remontagem de O que mantém um homem vivo?, peça com textos de Bertolt Brecht que, com ironia e sarcasmo, refletem sobre a trajetória da humanidade.

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Josi Geller e André Fischer: diretores do Festival 

Mesmo com todas as dificuldades, aconteceu em novembro a 27ª edição do Festival Mix Brasil da Cultura da Diversidade, com a exibição de 110 filmes, de 26 países (sendo 56 produções brasileiras), além de peças teatrais, música, literatura, games e conferências.

 

 

 

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Débora Bloch na série Segunda Chamada

 

Mesmo que não tenha postado durante o ano resenhas sobre a teledramaturgia, quero ressaltar três produções impecáveis do ano: as séries Sob Pressão e Segunda Chamada, com temas respectivamente sobre saúde e educação, e a telenovela de Walcyr Carrasco A Dona do Pedaço, sobre a vida da boleira Maria da Paz, vivida por Juliana Paes.

 

Impossível numa única postagem citar a numerosa e diversificada produção cultural de São Paulo em 2019. Aqui ficaram somente alguns destaques, com a intenção de que assim a gente possa renovar as esperanças no ano novo que se inicia. E nossa mais emblemática atriz, Fernanda Montenegro, que foi desrespeitada por uma autoridade federal, encerra este balanço, desejando um feliz 2020. Que estejamos juntos novamente no ano novo. Conto com todos nas comemorações dos 10 anos do Favo do Mellone. Até já!

 

 

 

Fotos: divulgação


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